sábado, fevereiro 2

história de sexo

Eu ia andando pela Avenida Copacabana sem pensar em nada, me sentia livre, com puro carinho me sentia pai daquilo que via. Galerias, lojas fechadas, vitrines mortas, cadelas tossindo (cofh!), andava pela avenida sem pedir nada a ninguém e sem esperar nada de ninguém.Foi quando de repente uma insegurança arrebatou meus pensamentos, foi quando a saída não se mostrou mais como opção, quando o pensamento se dá em você sem nenhum controle ou nenhuma moral castradora o alcança. Claro, como muitas vezes, este estado só é alcançado com doses de uma boa vodka, bala, doce, diabo ralado, etc, etc, etc. Nunca tive medo de mim mesmo!
Sabia o gosto do pensamento sem controle, hum, gostava de abrir as pernas e deixá-lo livre, isto me enche o natural. Senti-me impotente em menos de um minuto, atordoado, esperançoso, agora poder se instalou, me seduziu, agora preciso de analgésicos, sexo. Porteiro, taxista, profissionais, nada me apetecia. Como um vampiro que busca sangue eu buscava sexo. sexo. sexo. sexo. Sempre adorei vampiros sedentos, trinta dias de noite ilustra melhor minha sensação.Sedento e armado com minha impotente esperança foi quando um enorme rato ruivo e morto passou na minha frente. Destes ratos que abandonam tudo para ficar rodando pelas ruas, mendigando moedas, rindo de todos, a margem da moral, livre da propriedade e se banhando em praças mortas. rigth rigth rigth
Minha esperança foi falsificada e se fez de verdade, estou pronto para o jogo.A proposta: Sexo? Sim! Agora? Sim. Me chupa? Com camisinha.O dia começa a aparecer, a linha do trem começa a nascer, velhas abrem suas janelas para alimentar seus ideais aguados às esperanças, às mesmas que me colocavam ali.Borracha na boca eu continuo.
Uma ré maior, sibilando, agora a escala.
Merda tem merda no chão.
Rigth, rigth, rigth.Agora na boceta dentada. Minha boceta dentada roubou o poder do rato, consumiu seus pensamentos de superioridade, amassava seus canais de poder, esculpia seu busto em homenagem aos deuses. Como sempre, gozei primeiro, sempre roubar é mais rápido. Pensamento interrompido. Sexo final. E o rato? não goza? Sim, eu disse para o rato. Rato sacerdote goza sim. Vem viadinho com o rato! Ao soltar o seu poder pela boca meu pensamento se tornou novamente independente e cruel, como é desde criança, rodeando os pensamentos dos outros e duvidando e questionando e testando e experimentando. Pedras na mão. Comecei a jogá-las no rato. Pedras pesadas. Riso cruel. Uma crueldade que nunca havia me enchido de tanto prazer como ali. O rato corre pela trilha do trem e eu jogando pedras. Pedras na cabeça. Sangue. Continuo com as pedras. Viado!!! Bicha!!! hehehe, adoro quando me xingam. Loucura, crueldade, pensamento livre e natural. Poder consumido poder inútil. Uma frase: ele sujou o mundo. Duas frases: meu bem eu te amo e você não tem nada a ver com isso // realmente acredita no reino dos animais??? Não posso responder por uma coisa que se dá em mim, que acontece por ser natural, por existir além dos meus desejos, o pensamento se dá em mim, não é meu.
Não to. Não to. Não to.Droga!!!
Que horror.Por que porra não é em pó?!
Vapt! Limpo!
Enfim,
Ele saiu sujo de sangue e eu de porra. Ele me julgou e eu me absolvi. Eu não sei o que é justiça.

Rafael.

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