segunda-feira, novembro 10
João Monlevade: pequeno artigo/crônica/coisa-parecida.
Nov
08
Por Raphael Godoy
Categorias: Arte e Textos
Tags: sexo, teatro, maquina de pinball, pós-moderno, realidade, ficção
Primeiramente deixo claro duas coisas:
Um - não entendo bulhufas de arte para escrever uma crítica sobre uma peça teatral, dando inferências sobre o que quer que seja e tampouco sobre suas influencias.
Dois – o texto que segue são apenas impressões de um espectador carregadas por suas experiências de vida e seus anseios.
Quando vi o espetáculo que realmente é um espetáculo, retomei a velha pergunta que meus pais me faziam desde quando era pequeno: O que você quer ser quando crescer? E eu já quis muitas coisas: Quis ser “médico de criança”, quis ser rico, quis fazer Sistema de Informação, quis ser psicólogo, astrólogo (Graças a Raul – Só para conhecer a história do principio ao fim), quis ser psicólogo, quis ser tudo, menos jornalista. E hoje é o que eu sou: um jornalista e escritor nas horas vagas.
Este espetáculo, Máquina de Pinball, é dirigido por Gil Esper e tem no elenco os atores Priscila D´Agostini, Isac Ribeiro e Rodrigo Fidelis. A peça era praticamente o caos que se instaura no meu computador enquanto trabalho com a internet conectada, é vídeo, é música, é conversa, é texto, é tudo - e ao mesmo tempo não é nada. É informação demais pra capacidade de absorção de menos. E aí vem aquele sensação de estou perdido, apaga tudo e começa de novo, porém, não dá, é a vida. Mas com o tempo se acostuma com aquela bagunça muito bem organizada e até lembramos daquela coisa de que a arte imita a vida e a vida imita a arte. O choque é legal justamente neste ponto, arte geralmente é feita para nos tirar de uma realidade que não gostamos, no entanto, Máquina de Pinball nos joga pra dentro dela com tanta força e fúria que é impossível resistir à queda.
A personagem principal: Camila. Mais uma pessoa perdida num mar de possibilidades do que ser e fazer. Fazer o que gosta ou o que dá dinheiro? Comprar o que posso ter ou me afundar em dividas e ter aquilo que quero, mas não posso? Ter uma relação estável ou sair se apaixonando a cada festa? O que diabos me mantém vivo e que me faz feliz? Perguntas que nos fazemos a cada instante de nossas vidas e nem sequer percebemos. Tem também os amores antigos, os valores antigos, as coisas que nos formaram, pra onde foram? O que fazem hoje? Somos todos frutos de nossas escolhas e é aquela coisa, temos que saber escolher. Mas como?
Saí do teatro confortavelmente anestesiado. Não alegre, feliz, como quem sai de uma comédia depois de rir até sentir dores abdominais. Coisa que “dá pra fazer”, afinal o humor ácido e irônico que nos faz rir de nossa própria desgraça como se fosse apenas a do outro, está presente do início ao fim, e nem dão folga para que reflitamos sobre o que estamos rindo. Se desse tempo para pensar, veríamos que rimos de nós mesmos e nem percebemos.
Uma crítica constante às coisas que parecem não fazer sentido mas que ao mesmo tempo são abraçadas por gente como a gente, como se fossem as coisas mais importantes do mundo. O Cálice Sagrado, o Santo Graal, a Arca da Aliança ou o novo IPhone com tecnologia 3G. Rimos de nossa escravidão pelo nosso trabalho e das muitas derrotas que temos.
Além de tudo, é uma peça que nos remete àquela linda trilogia que gostamos tando de lembrar: Sexo, Drogas e Rock n´Roll, e trabalhado de forma tão diferente que ao mesmo tempo tempo que se posiciona claramente sobre os três tema, não fazer qualquer juízo de valor.
No fim das contas me senti assim: Perdido, incapaz de mudar meu próprio sentido, mas não me senti só como das outras vezes, me senti sentado ali, naquele sofá branco, ao lado de Camila, me perguntando as mesmas coisas que ela. E coincidentemente, saí de lá com a mesma determinação da personagem. E é com este texto torto, misturando análises, impressões e reflexões comigo mesmo que resolvo minha vida. Decido minha vida como fez Camila:
Vou fazer o que sempre quis, mas não hoje, talvez amanhã.
fonte:
http://whiskyagogo.wordpress.com/2008/11/10/maquina-de-pinball/
segunda-feira, outubro 20
News
http://www.pjf.mg.gov.br:80/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=18501
Prêmios de Melhor Espetáculo Adulto e Infantil vão para companhias do Rio de Janeiro no Festival Nacional de Teatro de JF :
http://www.acessa.com/cultura/arquivo/noticias/2008/10/20-teatro/
Resultado.
domingo, outubro 19
FeedBack
Então a gente estava lá, cheio de gente estrategicamente descabelada e moderninha.
A van tinha parado no hotel e a maioria do pessoal havia ido descarregar o cenário no Cine Theatro Central. Eu, acompanhei a maioria. Quando o segurança bonzinho abriu a porta de correr do fosso do teatro (a parte que fica em baixo do palco), era 12:30 e um ar estranho saiu de lá de dentro, talvez fosse o tempo. Era um teatro enorme, monumental dava pra dizer, de 1929. De pé no proscênio, olhando do palco para a platéia, se tinha uma idéia do monumentalidade daquela estrutura, a impressão era de que seria engolido a qualquer momento. O teto a lá Capela Sistina do pintor Angelo Igi, ostentava nomes como Wagner, Verdi e Carlos Gomes. O comprimento era quase assustador, 1851 lugares. "Putz", pensei. Depois de algumas horas consegui me acostumar com aquele clima de ostentação e suor. Só para carregar o cenário - feito de estruturas de madeira e metal -, do fosso para cima do palco, foi uma tristeza. Tudo pesado demais. E dá-le coluna estalando, joelho fudido e músculo doído. Depois de subir peça por peça, começamos a montagem, que é uma parte mais lógica, mas nem por isso menos esforçosa. Oito horas depois, o cenário estava montado, a luz quase toda afinada, e nós todos quase mortos, de cansaço e de ansiedade. 21H as cortinas se abriram e entramos em cena. Clima de estréia. Muita gente assistindo e muita gente indo embora. "Polêmica", eu quase disse baixinho. Três sinais dados, e, em dois pulos, já dava pra identificar uma ou outra risada vinda de lá de baixo. Quando o nome de Carlos Alberto Bejani foi anunciado, aplausos em cena aberta. Com alguns errinhos técnicos aqui, outros acolá, fomos rapidamente chegando ao fim da apresentação. "Nussa, muito rápido." pensei, "Rápido demais", pensei de novo. No fim, aplausos calorosos, amigos no palco, água, água e + água. Uma impressão de não se ter impressão nenhuma tomou conta. Mal havia acabado a apresentação e já tinha uns 2 ou 3 loucos recolhendo coisas e desapertando parafusos. Aos poucos deixei ser levado por aquela loucura, quando percebi, já estava juntando porcas e chapas de ferro num canto qualquer do teatro, começava o ritual sudoríparo inverso de desmontagem e carregamento. 23:30 e tudo quase certo, enquanto alguns resolviam os últimos detalhes sobre o transporte do cenário, eu já fumava um cigarro deitado na cama do hotel. "Rápido demais", pensei de novo.
quarta-feira, outubro 15
segunda-feira, outubro 13
Ensaio de cigarro, é cinzeiro.
sexta-feira, outubro 10
Esperto ao contrário.
quinta-feira, outubro 2
Mundo Grande
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,por isso me grito,por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias: preciso de todos.
Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme.
Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.
Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,as diferentes dores dos homens,sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso num só peito de homem... sem que ele estale.
Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,tão calma, não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,tão calma!
Vai inundando tudo...
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos – voltarão?
Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo desaprendi a linguagem com que homens se comunicam.)
Outrora escutei os anjos,as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.
Outrora viajei países imaginários, fáceis de habitar,ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.
Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e trouxeram a notícia de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,entre o fogo e o amor.
Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,entre a vida e o fogo,meu coração cresce dez metros e explode.
– Ó vida futura! Nós te criaremos.
quarta-feira, outubro 1
segunda-feira, setembro 29
domingo, setembro 28
sábado, setembro 27
Crenças, performatividades e mais umas palavrinhas.
No princípio, optamos por não partir do texto dramático pré-escrito. Talvez esse fato tenha nos levado a, no processo de criação do espetáculo, encontrar outras formas de nos organizar estruturalmente.
A hibridez característica de Máquina de Pinball surge desde o começo de sua criação: na mistura de linguagens como, a literatura, o cinema, música, iluminação, arquitetura, artes plásticas, teatro e performance, e, no processo criativo que abriu voz aos participantes, oferecendo possibilidades de influência direta na construção da obra.
Talvez devido a fatos como: a circulação mais lucrativa da imagem em movimento e o deslocamento do modo de percepção para uma visão simultânea e multifocal; a própria estrutura dramática clássica teve de sofrer certas alterações. Para comunicar de forma mais rápida e precisa com o público.
Acreditamos, inicialmente, que por este espetáculo ter sido baseado num romance (Máquina de Pinball, da autora gaúcha Clara Averbuck), antes de mais nada, deveria ser traduzida sua linguagem original em prosa, para a linguagem teatral própria desse coletivo. Provavelmente, nesse movimento de tradução de linguagem, a obra conheceu sua estrutura lingüística e estética, assim como suas particularidades híbridas e performativas.
A princípio, todo romance foi feito para ser lido e depois arquivado em uma prateleira. Como o teatro foi feito para dar vida às coisas – e depois fluir e fluir no tempo e no espaço, até se perpetuar na memória – pensamos: como transformar este livro em um evento teatral?
E foi assim que nossas respostas se aproximaram: somente depois da prática.
sexta-feira, setembro 26
Familiaridades Pós-dramáticas.
quinta-feira, setembro 25
quarta-feira, setembro 24
terça-feira, setembro 23
3º Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora:
CATEGORIA ADULTO:
Jozú, o Encantador de Ratos
Instituto Hilda Hilst
Rio de Janeiro – RJ
Cidade das Donzelas
A Troupp Pas D’argent
Rio de Janeiro – RJ
O Coletivo
Belo Horizonte – MG
Grupo de Teatro Guará
Goiânia - GO
Vinícius Piedade
São Paulo – SP
Grupo Intrusos
Cabo Frio – RJ
Creche na Coxia
Cabo Frio – RJ
Fonte: http://www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=18231
segunda-feira, setembro 22
Momentos Precisos de Pequenos Ajustes.
segunda-feira, julho 7
domingo, junho 29
sexta-feira, maio 23
meu pau fala menos
segunda-feira, maio 19
domingo, maio 18
O processo.
Como não poderia ser diferente num processo colaborativo, todos corroborando para o crescimento e edifição do espetáculo.
A estréia foi remarcada devido às questões de produção.
A nova data é:
Dia 10 de julho às 21:00h no teatro do Galpão Cine Horto.
Aguardamos vocês!
Da esquerda pra direita: Isaque Ribeiro (ator), Priscilla D`Agostini (atriz e diretora de produção), Rodrigo Fidelis (ator) e Gil Esper (diretor).
sábado, março 29
Estréia
quarta-feira, março 19
Geração Medusa
"Tinha litros e litros de contas a pagar, mas preferia ignorá-las. Cartão de crédito não é dinheiro, mas não entra na minha cabeça que um dia preciso pagar o que gastei. Simplesmente evito em pensar nisso."
Nos anos oitenta. A geração pós-hippie eram os yuppies. Pelo menos lá na América onde o ex-ator hollywoodiano era presidente da nação. Os yuppies eram jovenzinhos bem sucedidos que antes dos trinta já tinham conquistado seu milhão. Lembra do Psicopata Americano? Cristian Bale? Melhor, melhor, o próprio personagem de Edward Norton antes desenvolver o seu alter-ego gostoso no Clube da luta. E que aqui funcionou da mesma forma, talvez um tempo mais tarde. Os yuppies eram caretas, jovenzinhos com seus diplomas cheirosos e novos, com apatartamento, dvd, tv de palsma cable modem, contour pilow...
A geração que um pai dos anos cinqüenta sonharia para seu filho...
Agente não é yuppie e agente não é hippie. Agente toma banho mas agente não é careta. Um milhão na nossa conta duraria um par de horas e se tornaria um milhão negativo. De certa forma agente é um hippie limpinho que vive como se tivesse um milhão no banco.
O que é mesmo a Geração X?... Volverine, Tempestade, Vampira, mutantes devedores da alma. Alternativos pero capilalistas... Mas também não somos a famigrada geração X.
Deu pra entender?
Não é pra entender
Dá pra perceber. Não, melhor nem pensar nisso.
Ta bom meu nome então é Medusa, (Geração Medusa)
Não olhem pra mim não olhem para mim!!!
Sinceramente não sei quem é Perseu!!!
Quem poderá nos defender? Capacete, sandálias aladas e escudo de cobre pra refletir a cagada. Oh! Geração Inadimplente...
terça-feira, março 18
quinta-feira, março 13
sábado, março 8
...
Minhas costas doem.
Fumo meu último cigarro, pensando em todas as burrices que fiz durante o dia.
Uma série delas.
Agora mesmo bato minha cabeça contra o teclado tentado destruí-lo.
Não consigo, é muito duro.
Na verdade tudo parece duro demais daqui de baixo.
Duro e estranho.
Por exemplo: as anfetaminas.
A briga contante do maxilar inferior, contra o superior - dura e estranha.
A olhada do sr. policial pra cima de mim por causa das anfetaminas...
Isso sem falar no meu atual namoro.
Ou seja, tudo está duro e estranho demais, e eu quero que fique tudo legal.
Mas já que agora não dá.
Resolvi escrever esse textinho aqui.
terça-feira, março 4
da série sem coca num rola
Só chegue na hora marcada (cantando)
A questão não é saber se eu me lembro ou não da ditadura no meu país. Dos anos e dias de torturas, dos exilados e mortos.
Não tenho não sinto não afeta não quero este papo de era do micro utopia e juventude sem propósitos. Não tenho mais tempo, não sou mais juventude, meus vinte anos se passaram, tenho urgências.
Vimos suas lutas seus propósitos sua classe sua macro-utopia de massa. Vimos seus heróis e os seus inimigos. Brigavam um com o outro alimentando o equívoco de seus pais, se esconderam atrás de conceitos como liberdade, pátria, luta de classe, opressão, mas nada faziam senão lutar contra o lobo que invade sua propriedade. Lutaram para alimentar um erro.
A questão é saber se os senhores conseguem ou não nos ajudar no entre, no que não está em mim nem no torturador, mas entre nós. É saber se os senhores conseguem ou não nos ajudar com esta época que nos compra e nos vende como nunca, que nos pasteuriza que nos seduz com suas imagens e sofás, inclusive joga com suas medalhas de guerra um jogo de azar. O pedestal da glória não existe, desçam daí.
Tudo que ofereço é meu calor meu endereço
A vida do seu filho desde o fim até o começo. (cantando)
fuck
segunda-feira, março 3
where is my mind?
O fato é que vivemos dentro de um sistema que não estimula a poética expressiva dos nossos corpos. E vivemos isso desde a primeira escola, com seus rituais padronizados de espaço e tempo, que acabam inibindo as expressões criativas, desestimulando-as ou taxando-as como inconvenientes. Fico pensando até que ponto a escola serve para formatar o aluno dentro de uma contenção física que vai muito além da boa convivência coletiva e extrapola numa formatação muito limitada de corpo e de pensamento. Todo mundo em fila. Sentados. De preferência calados. Padronizados. Tempos iguais. Espaços iguais. Respostas certas, iguais. Hierarquia forte. Quase nenhum estímulo à dança, às sensações físicas, à alegria, ao prazer da expressão global corpo/pensamento e suas potencialidades criativas inusitadas. Tudo isso é muito bom para formar seres obedientes, que aceitam facilmente rotinas padronizadas, ótimos para linhas de montagens produtivas, o tal mercado de trabalho, seres eficientes que esqueceram do seu corpo e já não sabem/sentem mais o fluxo do desejo que é o único caminho para uma atividade realmente estimulante e realizadora da potência de cada um.
Estamos metidos dentro de um sistema em que o corpo está totalmente submetido a gestos pré-programados, ligados a modelos, obedientes e mansos. Deixamos, sem perceber, que nosso corpo se encaixe numa estrutura fixa e muito restrita, que apequena nossa expressão e nosso desejo. E cada vez mais queremos menos, nos contentamos com menos, agimos menos, ficamos menores em força e energia. Aceitamos nosso lugar na engrenagem do mercado. Desligamos nossas emoções, que não servem a horários demarcados e planos de produtividade. Aceitamos nosso desejo como algo além do possível, do reino do impossível, longínquo e inalcançável. Os limites são os limites da conta bancária, da sobrevivência, do emprego a qualquer custo. Acima de tudo, precisamos sobreviver, depois, se der tempo, vamos satisfazer o que restou da vida. Mas aí já nem lembramos mais o que realmente, visceralmente queríamos antes de tudo começar. Aceitamos e nos contentamos em sofrer cinco dias por semana para passar outros dois tentando resgatar as migalhas do desejo por entre um corpo cansado e entregue ao desânimo. Então ligamos a TV e desistimos da vida, da intensidade, do vigor, da alegria. Daí para o psiquiatra é um pulo.
Mas a vida ainda flui e atravessa nossos corpos. Temos espaços extremamente amplos em nós para a dança poética das nossas intensidades. Elas não seguem rotas pré-determinadas e não se submetem a controle de projetos. Elas querem. Elas querem muito, e estão sempre em movimento de expansão, de projeção para o exterior, para a ampliação dos limites e para a criação de novos mundos. A afirmação das potências do nosso corpo leva-nos a respostas inusitadas e nunca a respostas padrões. O impossível não está tão perto. O corpo pode em nível muito mais intenso do que nos acostumamos a crer, amansados que fomos. Temos em nós monstros, demônios, poetas, loucos, aventureiros, infinitos mundos, e todos eles merecem expressão poética, como uma dança dos afetos em dinâmica sempre mutante, nunca regulada de fora.
E ligada a esse fluxo energético sempre está a alegria, o prazer e o entusiasmo. Eles são o termômetro e o sinal de que o corpo está na rota da sua expressão mais genuína. E essa rota é única para cada corpo. Não há como relacionar parâmetros. Cada corpo cria sua própria técnica de expressão e se lança nela. Ou assumimos nossa alegria sem pudor, acendemos um brilho no olhar com nossas palavras e gestos, ou aceitamos o desânimo, a apatia, a tristeza e a depressão.
Assumir a intensidade do desejo e do corpo é assumir nosso lugar no mundo. É fazer questão de ocupar todo o espaço que nos é de direito, sem abrir mão, sem recuar para ceder espaço ao outro, porque simplesmente não é preciso, o outro também tem amplo espaço que é seu e é irrevogável. Isso implica numa carga de afirmação que envolve também a expressão da agressividade. A vida em expansão tem vetores de agressividade que quebram barreiras e abrem canais para novos fluxos. Conter a agressividade gera sedimentação de violência. Agir com firmeza, agressividade e alegria gera o crescimento generalizado do corpo e do pensamento, estimulando o mesmo nos outros corpos, em relações fortificadas. Isso é vida e é criação.
Silvana Abreu
quinta-feira, fevereiro 28
terça-feira, fevereiro 26
Pergunte ao pó..
"Ela é perfeita, como o tempo, o ar, a neblina, o eucalipto, a empoeirada luz solar. O lugar perfeito pra se viver. Então nós viemos em busca do ouro, petróleo ou pra entrar no mundo do cinema, construir hotéis baratos e ruas sujas. Nós nem viemos aqui pra viver. Nós só cavamos, sujamos e pegamos tudo que podemos. Esse é o lar dela. Se Deus tivesse senso de decência, mandaria todos nós para o inferno e deixaria o lar dela como era, puro e perfeito, como ela."
NÃO ADIANTA, NÃO APRENDO, NÃO ENTENDO QUE AMOR DÓI. AMOR SEMPRE VAI DOER.
segunda-feira, fevereiro 25
rápido
pára de cagar regra sobre mim,
pára de se colocar entre eu e o objeto,
pára...
ai...
saco...
nem quero escrever!
Fuck
quinta-feira, fevereiro 21
Tears and Love.
terça-feira, fevereiro 19
Bandeira
Friedrich
quinta-feira, fevereiro 14
o coração de Drummond cresceu dez metros e explodiu
Não sabe?
Sandia
sobre ovelhas negras e estevez sem metafísica
Que essa coisa de se tornar adulto a cada dia que passa demora mais tempo todo mundo sabe. Preciso de emprego. Ser atriz é incerto, e
TODO MUNDO JÁ SABE
Que a culpa é da Xuxa e do Mestre dos Magos, que somos a geração SPC mais que qualquer outra, que somos mais comprados e vendidos que qualquer outra(?)
Que a carta suicídio de Kurt Cobain... Que Kurt Cobain nunca leu Álvaro de Campos. Que o tempo pra se tornar adulto tem se tornado mais longo a cada dia que passa. E que o mundo continua grande. Grande. Muito grande.
“Você nunca vai conseguir comer isso. Isso é muito grande pra você.” ( Priscila diz a Rodrigo enquando este lambe o tabuleiro de WAR. Tentando absorver o MAPA MUNDI)
Eu quero um pouco de potência. Posso?
Sandia
sexta-feira, fevereiro 8
Dadá.
terça-feira, fevereiro 5
Não tenho roupas nem armas, mas o seu dragão é falso.
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
Porque esta é a minha chance de me redimir de tudo pra mim mesma, de mostrar que posso andar na linha, mesmo que ela fique em cima de um muro de dois metros.(...)
E eu não bebo a mesma dose que você
Eu tenho a minha dor e a minha alegria
Eu tenho a minha medida.
Eu tenho a minha medida.
segunda-feira, fevereiro 4
Witkin, Joel-Peter
Nascido em 1939 em New York, EUA, Joel-Peter Witkin ficou conhecido por seu trabalho fotográfico marcante, misturando corpos defeituosos com símbolos sado-masoquistas, pedaços de cadáveres com ícones religiosos, tudo completado por um acabamento artesanal que transforma cada foto em peça única. Witkin começou a fotografar aos dezessete anos, quando resolveu fazer o retrato de um rabino que afirmava ter visto e conversado com Deus. Com pai judeu ortodoxo e mãe católica, a temática religiosa sempre esteve presente para Witkin. Depois do rabino visionário, foi fotografar um hermafrodita num circo de horrores de Coney Island. A fascinação foi tanta que ali ocorreu também sua primeira experiência sexual, que, evidentemente, deixaria marcas na sua obra. As referências aos clássicos da pintura estão sempre presentes nas fotos de Witkin. Ele estudou a fundo a arte religiosa, com ênfase em Giotto, e também simbolistas como Gustav Klimt e Alfred Kubin. Quando chegou a época de se alistar no exército, Witkin recebeu a missão de documentar fotograficamente as mortes acidentais ocorridas em treinamentos militares. "Cheguei a endurecer-me de tal forma em relação á morte que me alistei como fotógrafo no Vietnam. Depois de receber treinamento especial, enquanto esperava ser chamado para o front, tentei suicidar-me." Afastado do exército, voltou à fotografia artística, formando-se Master of Arts pela Universidade do Novo México em 1976. Quando fez sua primeira exposição individual em 1980, em New York, transformou-se imediatamente em foco de atenção. Por um lado, recebeu elogios extremados pela profundidade temática de sua obra, calcada nos temas da dor e da morte e escorada por referências clássicas. Por outro, foi atacado como sensacionalista, despudorado, blasfemo e outros adjetivos menos respeitáveis. O trabalho de Witkin é detalhista. Cada foto começa como um esboço rabiscado no papel, passa por uma difícil etapa de produção, quando os modelos e os objetos de cena são procurados, entra por uma meticulosa sessão no estúdio, e passa muitas horas no laboratório de pós-produção, com manipulação direta sobre o negativo, propositadamente maltratado com agentes químicos e ação física.
Fonte.Witkin, Joel Peter,(b Brooklyn, New York, 1939). American photographer. His first recorded photographs were of freaks on Coney Island made during the 1950s, giving an early indication of his ambition to challenge the boundaries of acceptable taste. His subject-matter included death, blasphemy, sado-masochism, homoeroticism and physical deformities. He presented an extreme, Gothic, nightmare world, which could be said to border on the pornographic. Balancing this taste for the grotesque was a tendency to mysticism and an aestheticism expressed in ironic reworkings of art-historical and literary themes drawn from Rembrandt, Goya, Rubens and the late 19th-century Symbolists.