sábado, setembro 27

Crenças, performatividades e mais umas palavrinhas.

Acreditamos que este espetáculo sempre vá se apresentar como obra viva, in progress, aberta.
No princípio, optamos por não partir do texto dramático pré-escrito. Talvez esse fato tenha nos levado a, no processo de criação do espetáculo, encontrar outras formas de nos organizar estruturalmente.
A hibridez característica de Máquina de Pinball surge desde o começo de sua criação: na mistura de linguagens como, a literatura, o cinema, música, iluminação, arquitetura, artes plásticas, teatro e performance, e, no processo criativo que abriu voz aos participantes, oferecendo possibilidades de influência direta na construção da obra.
Talvez devido a fatos como: a circulação mais lucrativa da imagem em movimento e o deslocamento do modo de percepção para uma visão simultânea e multifocal; a própria estrutura dramática clássica teve de sofrer certas alterações. Para comunicar de forma mais rápida e precisa com o público.
Acreditamos, inicialmente, que por este espetáculo ter sido baseado num romance (Máquina de Pinball, da autora gaúcha Clara Averbuck), antes de mais nada, deveria ser traduzida sua linguagem original em prosa, para a linguagem teatral própria desse coletivo. Provavelmente, nesse movimento de tradução de linguagem, a obra conheceu sua estrutura lingüística e estética, assim como suas particularidades híbridas e performativas.
A princípio, todo romance foi feito para ser lido e depois arquivado em uma prateleira. Como o teatro foi feito para dar vida às coisas – e depois fluir e fluir no tempo e no espaço, até se perpetuar na memória – pensamos: como transformar este livro em um evento teatral?
E foi assim que nossas respostas se aproximaram: somente depois da prática.

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